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Mostrando postagens de 2006

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Caros amigos, Todos os comentários aos posts são publicados, salvo alguns que contenham termos que possam resvalar na necessária elegância. Grande abraço e memorável Ano Novo de 2007 para todos!

O orçamento de Taubaté para 2007 foi chutado, de novo

Uma das coisas que desafiam a razão é a pouca ou virtualmente nenhuma atenção que se dá aos orçamentos públicos entre nós. A questão é óbvia. Qualquer política pública depende de duas coisas: decisão do governante em implantá-la e recursos, dinheiro, para tanto. Portanto, se existir uma relação dos gastos pretendidos, ou seja, o que o Prefeito - no caso dos municípios - pretende fazer ou não, essa lista deveria, evidentemente, chamar a atenção de toda a gente. Principalmente se a Constituição assegura que a decisão não pode ser só do Prefeito, mas deve sim ser tomada ouvindo-se o povo. E que o Conselho de Representantes do povo, a Câmara Municipal, tem poder para alterar essa lista de coisas a fazer. Essa lista se chama orçamento municipal. Recorde-se que o dinheiro que vai ser gasto é tirado do bolso de todos os cidadãos. Ou seja, o orçamento é uma decisão de como pretendem gastar o dinheiro da gente: meu, seu e todo mundo. Revirando um pouco a questão da saúde pública municipal, em c

Curso: Cons. Municipal e Controle Social da Saúde

Com demasiada freqüência, a qualidade dos serviços públicos de saúde estão aquém das necessidades da população. Não obstante seja possível listar várias causas para tanto, a principal delas refere-se, certamente, à gestão dos recursos disponíveis, que é conduzida, na maioria das vezes, de forma centralizada e autocrática pelos executivos municipais. No entanto, a Constituição Federal consagrou como princípio basilar que as políticas públicas não serão definidas unilateralmente pelos poderes constituídos, mas em processo democrático, em que os conselhos municipais têm papel de destaque. Constituídos os conselhos, depara-se com outra dificuldade: a insuficiência de formação específica de seus membros, combinada com a herança cultural de pouca participação nos negócios públicos e ao autoritarismo, levam ao esvaziamento desses órgãos que passam a ser legitimadores não do sistema de saúde, mas dos mandatários locais. O objetivo deste curso é colaborar para reduzir essa lacuna, particularmen
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Lisboa 2005 Não estranhem. Para mudar a foto do perfil eu precisava primeiro publicá-la em algum lugar. Como eu não encontrei o programa de ftp para colocar na minha página (www.joffreneto.com.br), tive que postar a foto aqui. Com o verão português de 35C, dá suador só de vê-la, mas aí no Brasil está conforme, não?

Pró-Vida x Pró-Morte

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Participei, na semana passada, de reunião de um grupo de leigos do Movimento Pró-Vida, com o objetivo de preparar a luta pelo “Não”, no referendo sobre a legalização do aborto, que deve acontecer aqui em Portugal no início do ano que vem. A legalização do aborto é uma das questões cruciais no esforço suicida da Velha Europa de tentar demolir os pilares sobre os quais foi construída, ou seja, os valores cristãos. Impressiona que muitos dos seus defensores até se convencem que estão, sim, a defender a vida. Os mecanismos para alcançar inversões tais são conhecidos há muito. Schopenhauer chegou a listá-los em “A arte de sempre ter razão”. Por exemplo: em primeiro lugar, mudar os nomes, usar eufemismos. Não falar aborto, mas “interrupção voluntária da gravidez”; “eutanásia”, ao invés de assassinato de idosos e doentes terminais; “seres humanos inviáveis”, em lugar de enfermos ou portadores de deficiência física. Segundo, pregar nos opositores rótulos degradantes. Se referindo aos me

Vivendo sob ameaças

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Pelos impulsos eletrônicos da net chegam as notícias daí e as comparações são inevitáveis. Quando retornei para cá em abril, depois de dois meses no Brasil, algumas contas de serviços públicos, por causa de mudança de endereço, ficaram atrasadas até três meses. Gato escaldado, me preparei para a montanha de multas e juros. Dirigi-me à Loja do Cidadão (um poupa-tempo municipal) para pagar água, luz, telefone e internet. E surpresa: nem um centavo de multa, muito menos de juros. Imagine o que aconteceria no nosso país. Uma chuva de cobranças, seguidas de ameaças mil: incrição no SPC, no Serasa, e cobrança judicial. Mas não é só no comércio. Esses dias, um amigo assistente social desabafou comigo: recebeu, só nesta última semana, duas correspondência ameaçadoras. Primeiro, foi notificado pelo CRESS (o conselho profissional deles), e depois, intimado pela Justiça Eleitoral. Vejamos os crimes dessa fora-da-lei hediondo. Por estar desempregado há anos, não pode pagar o CRESS nos

Ceiando com D. Prior Rocha

Uma das grandes riquezas da vida é desfrutar das amizades. Foi o que acabou de acontecer. Às terças-feiras tenho o prazer de ceiar com D. Prior Rocha (os párocos aqui são chamados de prior - o que no caso do Pe. Rocha é muito adequado).

A Copa e o Brasil monoglota

Um dos temas que me desperta interesse permanente é a nossa presença consciente no mundo, no que as pessoas chamavam antigamente de “concerto das nações”. Que papel desempenhamos na aldeia global? Só é possível conhecer-se na comparação com o outro. Só conheceremos nossa verdadeira importância interagindo com outros povos, para, enfim, nos libertarmos do “complexo de vira-lata”, na famosa expressão de Nelson Rodrigues. Observe-se só, agora, em tempo de Copa, o quanto nos sentimos melhor: passamos a existir, nos percebemos, de certa forma, no mesmo nível de qualquer outra nação. Não há uma renovação de ânimos, de aumento da auto-estima nacional e a sensação que podemos tudo o que podem os povos mais desenvolvidos? E, conhecendo-se outros países, fica evidente que somos “parte do time” em muitos outros campeonatos, além do de futebol. Aumentemos, então, nosso contato com o resto do mundo. Isso, obviamente, pressupõe uma forma de comunicação, uma língua que ultrapasse as fronteiras. Tant

Efeito Filipão - vídeo da narração

Se você me der a honra, visite este link http://www.vimeo.com/clip:82493 que contém um videozinho com a narração do post abaixo. Cordiais saudações.

Efeito Filipão

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PORTUGAL - Algumas coisas são universais. O salão de barbeiro, por exemplo. Acabo de vir de um e adivinha do que falávamos? Do “mundial” de futebol, naturalmente. Para variar, eu, ruim de análise das táticas e estratégias futebolísticas (prometi a mim mesmo procurar uns bons textos sobre o assunto na internet – vou virar “espectador participativo”, me aguardem), passei a comentar os modos e costumes - também para variar. O barbeiro falava entusiasmado do que o Filipão trouxe para eles no Euro 2004: o costume de colocar bandeiras portuguesas nas janelas. Numa tirada filosófica, me contou: “Não tínhamos isso. Antes, o que a gente sentia ficava guardado, para dentro, ninguém sabia. Agora, graças ao Filipão, a gente pode expressare o que sente, o senhor está a me entendere?” E falou do que também vem me surpreendendo: a imensa quantidade de bandeiras brasileiras junto das bandeiras portuguesas. Não há, literalmente, um quarteirão em que as nossas bandeiras não estejam em par com o pavilhã

Código da Vinci - a farsa (lucrativa)

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PORTUGAL - É um sucesso internacional o livro “O Código da Vinci”, do inglês Dan Brown: 40 milhões de exemplares vendidos e certamente outros tantos milhões de espectadores da versão para o cinema. Mas se trata de uma farsa. O que escrevo a seguir baseia-se, em parte, na carta pastoral do Arcebispo de Pamplona, D. Fernando Aguilar (veja a carta na íntegra abaixo). Como diria o Pe. Quevedo, o livro “é uma salada indigesta”. Mentindo, sem ficar vermelho, Brown afirma que “todas as descrições de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos nesta novela são fidedignos”. Misturando, sem nenhum pudor, fatos históricos com invencionices, pretende nada menos que apresentar a “verdadeira” história depois de Cristo. A fórmula encontrada para tanto é a seguinte: Cristo não seria Deus, mas um homem comum, casado com Maria Madalena, com teve vários filhos, e com ela representaria a dualidade masculino-feminina (como Marte e Atenas, Ísis e Osíris). Seus descendentes, fundadores da dinastia Mero

Código da Vinci: Carta Pastoral de D. Aguilar, Arcebispo de Pamplona, Espanha

"GRANDE NEGÓCIO, GRANDE FARSA Pode parecer duro demais, mas me parece rigorosamente exato. Primeiro foi o livro com seus 40 milhões de exemplares vendidos. Agora será o filme com não sabemos quantos expectadores. Detrás de tudo, um produto literalmente modesto e cientificamente nulo, apoiado em uma grande montagem propagandista. Falo de O Código da Vinci. Como vocês vêem. Contudo, fica por explicar o por que desse êxito. Grande parte do êxito se deverá ao lançamento, sem dúvida, que foi multimilionário. Mas há razões mais profundas. Dan Brown utiliza a força que tem a pessoa de Jesus Cristo na consciência de milhões de pessoas, inclusive além das fronteiras da Igreja, para aproveitá-la em favor de sua obra e de seu negócio. Constrói uma novela meio policial, meio ficção, com aparência de investigação histórica. Ao longo do escrito, acusa a Igreja de ter manipulado a história de Jesus em favor de seu próprio interesse. Quando é ele quem faz exatamente isso. Se essa obra se tivesse

Alemanha preocupada com a perda dos valores morais

O medo de ser tachado de moralista, fariseu, ou atrasado, normalmente inibe as pessoas tidas como instruídas de tocar em temas fundamentais: os costumes sociais e a formação religiosa. Mas, ultimamente, vê-se, cada vez com maior frequência, manifestações de líderes políticos referindo-se ao assunto. Desde o surpreendente “homem de esquerda do PFL”, Claudio Lembo (honra seja feita: ainda que tardiamente ele teve a dignidade de se manifestar), até aqui na Europa, como, por exemplo, a primeira-ministra alemã, Angela Merkel. O governo Merkel está lançando uma ampla ofensiva na área educacional, chamada “Aliança para a Educação”, pois considera que o ensino público perdeu a capacidade de incutir nas novas gerações os “valores indispensáveis à vida pessoal e em comunidade”. A iniciativa inclui a participação da Igreja Católica e da Igreja Evangélica. Conforme bem analisou o Bispo de Aveiro, “dificilmente se podem adquirir valores consistentes na educação à margem dos valores religiosos, e se

Eleições presidenciais de Portugal

Um videozinho de fato, sobre as eleições presidenciais portuguesas, está aqui: http://www.vimeo.com/clip:41806 Coitado, tinha me esquecido dele! E não está tão mal!.

Aprendiz de videomaker

Não é nenhuma obra de Erico Dias, mas foi a solução que encontrei para publicar no vimeo.com um post que fiz rádio (ou seja, queria publicar num único site vídeos e sons). São uns programinhas que estou produzindo para rádios no Vale do Paraíba e que são uma outra forma de relatar minhas experiências aqui. Pretende produzir filminhos também, mas, para tanto, preciso primeiro juntar grana para a câmara! Se me dá a honra, confira: http://www.vimeo.com/clip:78487

Brasil x Portugal - post scriptum

Por imensa coincidência logo após eu postar o artigo abaixo, foi postado na comunidade "Brasileiros em Portugal", do Orkut, um videozinho da prestigiosa Anistia Internacional. Confira: . http://www.youtube.com/watch?v=J-xJmCQJ370 Peço que não leia os comentários que faço a seguir sem ver o vídeo, para não influenciar sua percepção. Cordiais saudações republicanas. Observou a caracterização do protagonista? Simpático com o vendedor de revista, com o velhinho, com o cachorro! Mas intolerante com o "preto". Veja o olhar de constrangimento e humilhação do "preto" e o modo das pessoas, que olham meio-contrangidas, mas que não falam nada. Vivencie o mal-estar que dá ouvir esse tom ríspido que já encontramos tantas vezes, e que choca profundamente os brasileiros.

Brasil x Portugal: simpatias e tensões

( joffreneto@joffreneto.com.br ) O assunto é delicado, exige aprofundamento, e por isso vou abordá-lo mais vezes. Como sempre, as primeiras observações sempre tem um pouco de provisórias e podem ser revistas, mas, depois desses meses aqui em terras lusas, já é possível apresentar algumas impressões que provavelmente serão confirmadas no futuro. Normalmente não pensamos em Portugal como um país estrangeiro, muito menos o são para nós os portugueses. Portugal é o país de nossos bisavós, avós ou pais. De outro lado, raro são os portugueses que não têm um parente no Brasil, ou, no mínimo, não sonham em ir para lá gozar as férias ou mesmo morar na aposentadoria. Nossa música, nossas telenovelas e nossos assuntos são quase onipresentes. Nossa relação com os portugueses é afetiva-brincalhona, satírica até - em decorrência do espírito gozador brasileiro e da lógica peculiar deles e não, como reza o mito compensatório, da reciprocidade vinda das piadas que eles (não) contam de nós – mas nunca d

Engenheiro na cozinha

Resolvi, com a ajuda da alta do euro, corrigir uma lacuna na minha formação: aprender a cozinhar alguma gororoba. Dos tempos de engenharia, éramos especialistas em leite em pó e café solúvel - começo importante, mas claramente insuficiente para vôos mais altos. Apoiado na consultoria intercontinental do meu amigo Gallão, da Sula, sua esposa, da Héllade, da Liana, da minha mãe e de minha irmã, me arrisquei em duas frentes: arroz e macarrão. Para começar, uma surpresa: não há manuais de procedimento para enfrentar a cozinha básica, salvo os tais livros de receitas, mas que consideram, pelo jeito, que todos já são iniciados. A bem da verdade, o macarrão italiano tinha instruções detalhadas na embalagem: para cada 100g, 8g de sal e um litro d´água, e “ferver por 8 min, mexendo de vez em quando”. Mas e agora, como tomar as medidas? A embalagem era de 500g; 8g de sal, só com balança de precisão. Bom, aí quem não é especialista tem que se socorrer do que sabe. Afinal, anos de engenharia devem

O nosso papel no mundo e Olívia Byington

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PORTUGAL – Frequentemente me pergunto o que, aparentemente, nos excluiu da história do mundo. Os meios de comunicação, tanto aqui quanto no Brasil, nos trazem um mundo que acontece no hemisfério norte, ou nas ex-colônias britânicas. A fronteira do conhecimento, da tecnologia, do desenvolvimento social, da política, da história da humanidade, enfim, parece que está sempre sendo alargada apenas nesses poucos países. Basta sintonizar os canais History, Discovery, ou National Geographic, para essa sensação se agravar. É como se não existíssemos, como se não estivéssemos integrados nas raízes da família humana: não teríamos feito parte da pré-história, nem da antiguidade, nem dos grandes acontecimentos contemporâneos. Mas toda criança, brasileira ou esquimó, sabe que não é assim. Intui que pertence a história deste planeta, que faz parte da comunidade de humanos, que crescerá e terá seu lugar na história humana, tanto quanto uma criança americana ou inglesa. Ao crescerem, a criança american

Eleições Presidenciais Portuguesas

PORTUGAL - Domingo passado, dia 22, aconteceram as eleições presidenciais aqui em Portugal. Venceu Cavaco Silva, um conservador de direita. Ele próprio um dos grandes nomes da política portuguesa no pós-25 de abril de 1975, ano da restauração da democracia, derrotou, de forma humilhante, um ícone: Mário Soares, o principal candidato da esquerda. Como sintetizou um analista, estavam em jogo duas visões opostas da forma de conduzir e transformar a sociedade: Cavaco a compreende a partir da economia; Mário Soares, a partir da política. Do ponto de vista de pesquisador, chamou-me a atenção as diferenças em relação ao nosso sistema. A começar da propaganda eleitoral. Como as eleições eram exclusivamente presidenciais, sem candidatos a governador (mesmo porque não os têm), deputados federais e estaduais (idem), pode-se observar com nitidez as propostas (ou ausência delas) dos seis candidatos. E, por decorrência, uma campanha visualmente limpa, com raros outdoors e placas, sem o desespero de

Um viela típica

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Uma viela da região ribeirinha. Certamente foi uma ruazinha de favela medieval - com licença da impropriedade formal do termo. Com o passar dos séculos, se embelezou. Eles também tinham casebres. Só tiveram mais tempo do que nós. Amplie para você ver os detalhes.

Visita à cidade do Porto e Lógica peculiar - II

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Estive hoje no Porto. Cidade apaixonante, transpira história, tradição. Este rio aí do lado é o Douro. Os cafés às suas margens são encantadores (o Prof. Macaé me disse que as caves de vinho - do Porto! - são melhores ainda). Na estação dos Caminhos de Ferro, mais uma amostra da lógica própria daqui, que me fez lembrar de outra, ocorrida há algumas semanas: Surpreso por ter pago 3,50 € de Aveiro ao Porto e, na volta, apenas 1,90 €, perguntei o motivo ao bilheteiro. - Ora, um é inter-regional e outro é urbano. - Sim, mas porque o urbano é mais barato? - Pois não sei! Outro dia, na garagem de meu prédio. Esquecido como sempre, deixei a chave da porta de acesso no apto. Mas havia um outro morador por ali, em frente à porta da outra ala do prédio. Dirige-me a ele: - Por favor, é possível eu passar por essa porta aí? - Não sinhore, não há hipótese. - Mas por que? - Porque fica trancada. - Mas como o senhor passou? - Ora, é que tênho â châve!

Visitas

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Nas faldas da Mantiqueira, abaixo do majestoso Pico dos Marins, tem um bairro. Antigo, muito antigo, cujo nome informa que foi refúgio e espaço de liberdade: Quilombo. Passa por um ele um rio, M´baú, ou Rio Embaú. Forma um pequeno vale, dentro do grande Vale do Paraíba. Um microcosmo. Nasci aí. Nosso sítio, fração de herança do meu bisavô, fica às margens desse rio. O Rio Paraíba, a cumeeira da Mantiqueira, o Rio Embaú, e as estradas que vieram depois – “caminho de ferro entre Rio e São Paulo” e a Via Dutra, são linhas paralelas, que acabaram me dando a impressão que o mundo era organizado linearmente. Passei minha infância às margens do rio, à sombra das árvores, correndo (de bicicleta) atrás dos gansos, perseguindo-os até que pulassem n´água, dando pelotadas em tico-ticos (um único que feri, me matou de remorsos), aloitando (não me lembrava mais desta palavra) com meu cachorro no campinho em frente e à esquerda de casa, que o papai mandou aplainar quando abriram a estrada nova, ouvi