Nas faldas da Mantiqueira, abaixo do majestoso Pico dos Marins, tem um bairro. Antigo, muito antigo, cujo nome informa que foi refúgio e espaço de liberdade: Quilombo. Passa por um ele um rio, M´baú, ou Rio Embaú. Forma um pequeno vale, dentro do grande Vale do Paraíba. Um microcosmo. Nasci aí. Nosso sítio, fração de herança do meu bisavô, fica às margens desse rio. O Rio Paraíba, a cumeeira da Mantiqueira, o Rio Embaú, e as estradas que vieram depois – “caminho de ferro entre Rio e São Paulo” e a Via Dutra, são linhas paralelas, que acabaram me dando a impressão que o mundo era organizado linearmente. Passei minha infância às margens do rio, à sombra das árvores, correndo (de bicicleta) atrás dos gansos, perseguindo-os até que pulassem n´água, dando pelotadas em tico-ticos (um único que feri, me matou de remorsos), aloitando (não me lembrava mais desta palavra) com meu cachorro no campinho em frente e à esquerda de casa, que o papai mandou aplainar quando abriram a estrada nova, ouvi...