Ética e Política
Tal é o estado de deterioração de nossos costumes ( mores) que as duas palavras acima parecem inconciliáveis. Absurdo dos absurdos porque, justamente, a política não tem sentido, nem razão de existir, sem a ética. Há uma sentença célebre de Santo Agostinho, que nos relembra isso: “Sem a justiça [ética], o que seriam os reinos [governos] senão bandos de ladrões?” Por que será? Vejamos: A política, desde os gregos, que criaram esse conceito, é considerada a mais nobre das atividades humanas, porque deve ser, precisamente, a dedicação ao bem-comum, ao estabelecimento da justiça, à defesa dos indefesos, à criação de condições para o progresso material e espiritual dos povos e para a realização plena de cada indivíduo. Assim, os homens e mulheres que se dedicam à política devem estar movidos por uma vocação nobre, a de servir à coletividade, “despidos de todo interesse material” e/ou exclusivamente pessoal. Então política não é profissão, é vocação. Não pode ser para pessoas que de