Há dias atrás (2 de abril) no programa Antonio Leite, a mulher de Peixoto foi “convidada” para uma “entrevista”, e discorria destrambelhadamente sobre o que seria o “cargo de primeira-dama”.
Pensava eu sobre essa anomalia, sobre essa aberração, que é o tal “cargo” que, na realidade, sequer existe. É apenas uma repetição jeca de um termo usado nos Estados Unidos, onde tem conotação absolutamente diferente do que os capiaus adotaram aqui. E adotaram com tal ardor que leva o povo a pensar que há mesmo um cargo reservado para as mulheres dos prefeitos. Não há e nem poderia haver. Elege-se um prefeito, não um “reizinho” com sua respectiva “rainhazinha”. Aí sim, a mulher de Peixoto poderia dizer que “querem me tirar o cargo de primeira-dama”, ou seja, negar à mulher do “rei” o título de “rainha”.
Estava entretido com esse pensamento, quando, de repente, tive um sobressalto: Luciana Peixoto afirma que o “cargo” é de tal forma imprescindível que se o deputado Padre Afonso tivesse sido eleito prefeito, quem seria a “primeira-dama” seria ... o Sr. Bispo, D. Carmo!
Ocorreu-me que a ironia sobre a sapiência lucianiana seria uma boa forma de tratar o assunto. Refleti melhor. O ocorrido não comporta ironias. Não foi mais uma das afirmações anedóticas da mulher de Peixoto (“meu marido, o Eng. Peixoto, faz asfalto a quente tão forte que passa até trem nele, e agüenta o ‘trepido’”, seja lá o que for isso – espero não estar reproduzindo aqui uma palavra obscena).
Não, não foi mais uma bobagem. Foi um flagrante desrespeito a D. Carmo Rhoden. Foi um insulto, motivado pela birra política. Foi uma demonstração de politicagem ao nível das sarjetas. E, ainda por cima, uma ingratidão.
Até quando suportaremos isso?
Joffre Neto, é diretor-executivo da Transparência Taubaté.
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