Peixotinho inova: cassado por compra de votos

CONEXÃO TAUBATÉ

Joffre Neto - joffreneto@joffreneto.com.br

PEIXOTO FAZ HISTÓRIA: PRIMEIRO PREFEITO CASSADO

Acompanhei na semana passada a notícia alvissareira da cassação de Peixoto. Finalmente uma boa notícia depois de meses de indignação.

A manifestação da Justiça – só possível pela hombridade de um juiz independente e de promotores idem - reacende a confiança de que este país, lentamente, corrige seu rumo em direção à decência. Sei que, para muitos, isso pode soar como exagerado otimismo, mas é preciso ter paciência histórica. Aspectos culturais mudam lentamente – e a corrupção eleitoral, a apropriação privada da coisa pública, a compra de votos, a subserviência ao Executivo, as penas alugadas, os puxa-sacos bobos-alegres ou fartamente recompensados, são traços culturais nossos dos mais nítidos. Leva tempo, mas graças às modernas tecnologias de informação, vai mudar.

Por falar em penas alugadas, tem causado asco acompanhar a cobertura de certos periódicos que identificam a ação da Justiça como “tapetão”, “desrespeito às regras democráticas”. Quisera ver se afastados certos incentivo$ esses argumentos tão avançados perdurariam. Por acaso comprar votos é democrático? Por acaso apelar à Justiça é anti-democrático? Por acaso o avanço que a sociedade civil alcançou com a aprovação da Lei 9840/99 (que pune de maneira eficaz a compra de votos) foi um retrocesso?

Infelizmente não foram levadas aos autos pelos autores todas as provas que poderiam ser coletadas. E, fora dos autos, não poderiam ser consideradas pelo juiz para condenar. Mas todos sabemos que o que foi julgado é parcela ínfima do que de fato aconteceu: distribuição de remédios no sábado anterior à eleição, com a advertência: “se ele perder amanhã, tudo isso acaba!”; as toneladas de material de construção despejadas às portas das casinhas da Prefeitura; as bolsas de estudo distribuídas pelo bebê-chorão; os cargos distribuídos de última hora; a lista apócrifa com os nomes de servidores que supostamente seriam demitidos se esse ou aquele candidato ganhasse; etc., etc. e etc.

Todavia algo misterioso está acontecendo: o acerola de alcunha Cabrito está sendo (justamente) malhado, mas e o outro? Sim, e o outro? Cadê o Ver. Chico Saad que foi mencionado na sentença de cassação? (veja aqui: http://tinyurl.com/mepk5o - a íntegra está aqui:
http://www.jornalcontato.blogspot.com/). Não deveria, de ofício, o juiz determinar que fosse aberta investigação para apuração dessa denúncia e dar oportunidade ao vereador para se defender?

Grandes novidades ainda a vir.

Joffre Neto é diretor-executivo da Transparência Taubaté.


Comentários

Joffre Neto disse…
teste

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