Código da Vinci - a farsa (lucrativa)

PORTUGAL - É um sucesso internacional o livro “O Código da Vinci”, do inglês Dan Brown: 40 milhões de exemplares vendidos e certamente outros tantos milhões de espectadores da versão para o cinema. Mas se trata de uma farsa.

O que escrevo a seguir baseia-se, em parte, na carta pastoral do Arcebispo de Pamplona, D. Fernando Aguilar (veja a carta na íntegra abaixo).

Como diria o Pe. Quevedo, o livro “é uma salada indigesta”. Mentindo, sem ficar vermelho, Brown afirma que “todas as descrições de arte, arquitetura, documentos e rituais secretos nesta novela são fidedignos”. Misturando, sem nenhum pudor, fatos históricos com invencionices, pretende nada menos que apresentar a “verdadeira” história depois de Cristo.

A fórmula encontrada para tanto é a seguinte: Cristo não seria Deus, mas um homem comum, casado com Maria Madalena, com teve vários filhos, e com ela representaria a dualidade masculino-feminina (como Marte e Atenas, Ísis e Osíris). Seus descendentes, fundadores da dinastia Merovíngia na França, para onde Madalena teria vindo, portariam o “Sang Real” ou o Santo Gral, e terão, na Idade Média, a proteção da Ordem dos Templários, que é dissolvida violentamente por ordem do Papa (dissolução que de fato houve). A Igreja desejaria a morte dos “filhos” de Cristo para impedir que provem que Ele não é Deus e que propalem o culto do feminino, motivo pelo qual também manda queimar milhões de bruxas (tragédia real, dada por outros motivos, por obra da Inquisição).

Sucede aos Templários o Priorado de Sião (fictício), do qual fez parte Leornardo da Vinci, que teria deixado pistas dessa história, em “código”, em suas obras. Para não agir diretamente, a Igreja funda a Opus Dei, que teria promovido uma série de assassinatos dos representantes atuais do Priorado. Só faltou falar de Nostradamus e de discos voadores.

O “método” usado por Brown é simples: negar todas as fontes históricas do cristianismo, submetidas à análise da ciência, e dar todo o crédito a fontes muito tardias, de comprovada falta de rigor histórico, produzidas por grupos heréticos ou dissidentes.

Mas, se é assim, por que tanto sucesso do livro? Primeiro, pela forma habilidosa com que é escrito, constituindo uma cativante novela policial. Segundo, e talvez principalmente, porque vai ao encontro do desejo do novo, da ânsia de encontrar uma alternativa à história, de ouvir um “profeta” que reinterprete os fatos, que diga que tudo o que é poderia ser diferente. Se Cristo não é Deus, tudo muda, não é? Sim, mas o resultado de acreditar na mentira não é a paz, é o vazio. Posted by Picasa

Comentários

Anônimo disse…
Joffre, eu já tinha em meu poder o livro citado, e apesar de uma certa curiosidade, demorei muito em abri-lo, fiz agora em minhas férias. Li-o em tres dias.E agora posso comentar os dois artigos do blog que tanto interesse me despertaram:
- em primeiro lugar como romance policial ele é muito bom,prende a nossa atenção
- tambem me despertou a curiosidade em conhecer certos momumentos arquitetôicos, aliás muito bem descrito no livro, além de alguns fatos narrados...então foi bom, porque eles puderam me levar a conhecer a verdade se quizer saber.
- penso então que qualquer pessoa com discernimento pode ler a obra e se aproveitar dela para conhecer melhor história, e a historia da igreja.
Isto posto, faço a seguir algumas considerações. Não me considero uma católica praticante nem fervorosa...questiono muito algumas condutas da igreja e muitas de suas orientaçõe e valores. Mas me considero uma cristã praticante e ai sim fervorosa, sou crente em tudo o que diz respeito a existência de Deus e aos ensinamentos de Jesus. E esta fé não ficou nenhum pouco abalada pelo livro. Concordo com o o Arcebispo de Pamplona, e acho sinceramente que foi uma das mais equilibradas manifestações que li a respetio deste livro e do filme.
Porque posições reacionárias e extremistas não provam nada, só exaltar os ânimos, enquanto um texto sereno e explicativo como o dele nos faz refetir.
Bjs Liana
Anônimo disse…
caro amigo não sei qto ao livro, pois não li, mas o filme eu vi.
Acredite pra mim ele não serviu nem para acrescentar e nem tirar sai mais confunsa do que qdo entrei.
no meu ponto de vista assim como alimenta ele tira, afinal ele não assume as informações ali dada.
bjos fontesvana. http://siltctau.spaces.msn.com

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